Foto: Reprodução/Redes Sociais

Denunciado por feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual, Matteos França matou a mãe em discussão por dívidas de apostas

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ofereceu denúncia contra o homem acusado de matar a própria mãe, a professora Soraya Tatiana Bomfim França, de 56 anos, em Belo Horizonte (MG), pelos crimes de feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual.

O caso ocorreu em 18 de julho, na capital mineira. Matteos França Campos, de 32 anos, confessou o crime à Polícia Civil de Minas Gerais.

Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, 22, o promotor de Justiça e coordenador Estadual das Promotorias de Justiça do Tribunal do Júri, Claudio Barros, explica que “de acordo com o trabalho da Polícia Civil, o acusado e a vítima moravam juntos e, segundo consta, ela era submetida a violência psicológica e patrimonial”.

“O crime foi praticado no interior da residência, razão pela qual é possível concluir, de forma serena e acertada, que se trata de feminicídio: praticado contra a mulher em circunstâncias que apontam para violência doméstica no âmbito familiar”, disse.

Promotor de Justiça do Tribunal do Júri, Caio Augusto Bogus espera que a pena mínima para o denunciado seja de 20 anos. O próprio Matteos havia denunciado à polícia o desaparecimento da mãe. Ele foi a uma delegacia no dia 19 de julho, disse que tentava contato com Soraya desde o dia anterior e registrou um boletim de ocorrência por seu desaparecimento. 

“Na opinião do Ministério Público, houve também fraude processual. O acusado tentou ludibriar a investigação após a descoberta do corpo da vítima, chegando inclusive a registrar um boletim de ocorrência sobre o suposto desaparecimento dela, apesar de ter sido o responsável pela morte”, diz Bogus.

Já no domingo, dia 20, a Polícia Militar localizou um corpo na Avenida Adélia Issa, em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O corpo estava sem qualquer documentação e enrolado em um lençol, próximo a um viaduto. Os agentes ainda perceberam marcas semelhantes a queimaduras e sangramento na região íntima da vítima.

Matteos foi chamado ao Instituto-Médico Legal (IML) e reconheceu que a vítima seria Soraya.

Ao denunciar o desaparecimento, Matteos relatou à polícia que tinha uma viagem programada para Serra do Cipó com alguns amigos, que ele realmente fez. Na sexta à noite, ele viajou, afirmando ter deixado a mãe sozinha em casa. No sábado de manhã, não teria conseguido contato com ela e pediu para que familiares tentassem abrir a porta da casa de Soraya e ver se ela estaria lá. 

Uma tia entrou no local, com a ajuda de um chaveiro. Ela encontrou tudo intacto e percebeu que não tinha sinais de arrombamento.

Na sexta-feira, 25, a Polícia Civil prendeu Matteos após perceber inconsistências entre o seu depoimento e as apurações. Ao ser preso, ele acabou confessando o crime. Segundo os policiais, a investigação apontou que nenhuma outra pessoa teve acesso à casa de Soraya antes de seu desaparecimento, somente o filho. 

Matteos detalhou, então, que matou a mãe durante uma briga sobre dívidas que ele havia adquirido com jogos de apostas. Ele havia feito um empréstimo consignado que não consguiria pagar e disse que “entrou em colapso” em meio à discussão com Soraya, que reclamou que ele sempre dizia estar sem dinheiro.

O filho contou que agiu sozinho e enforcou a mulher, dentro do apartamento onde os dois moravam. No mesmo dia, ele colocou o corpo no porta-malas do carro e deixou perto do viaduto.

A defesa de Matteos não foi localizada para comentar o caso. O espaço segue aberto para manifestação.

Fonte: Portal terra

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